Essa figura feminina é a deusa grega Diké, filha de Zeus e de Thémis, que, de olhos abertos, segura

Essa figura feminina é a deusa grega Diké, filha de Zeus e de Thémis, que, de olhos abertos, segura
"A justiça tem numa das mãos a balança em que pesa o direito, e na outra a espada de que se serve para o defender. A espada sem a balança é a força brutal, a balança sem a espada é a impotência do direito" - Rudolf Von Ihering, jurista alemão na obra "Der Kampf ums Recht", conhecida como A Luta pelo Direito, Palestra realizada em Viena , em 1872.

terça-feira, 1 de março de 2011

INTRODUÇÃO À FILOSOFIA: ÉTICA

CURSO: TECNOLOGIA EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS DISCIPLINA: ÉTICA E LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E EMPRESARIAL PROFESSOR: Juarez Gadelha EMAIL: juarezgadelha@gmail.com UNIDADE 01: ÉTICA 1.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA FILOSOFIA Para que estudar Filosofia? O estudo filosófico serve para aguçar o raciocínio e ajuda a compreender o mundo ao nosso redor e a própria vida. O que é Filosofar? É refletir sobre as questões fundamentais da existência humana e das coisas ao nosso redor, na tentativa de construir o mundo melhor para se viver. O que é Filosofia? A palavra Filosofia deriva do grego "PHILOSOPHIA" SOPHIA significa SABEDORIA PHILO significa "Amor Filial", ou Amizade Literalmente, um Filósofo é um AMIGO, ou AMANTE de SOPHIA, alguém que admira e busca a SABEDORIA Esse termo foi usado pela primeira vez pelo famoso Filósofo Grego PITÁGORAS por volta do século V a.C., ao responder a um de seus discípulos que ele não era um "Sábio", mas apenas alguém que amava a Sabedoria. Filosofia é então a busca pelo conhecimento último e primordial, a Sabedoria Total. Embora de um modo ou de outro o Ser Humano sempre tenha exercido seus dons filosóficos, a Filosofia Ocidental como um campo de conhecimento coeso e estabelecido, surge na Grécia Antiga com a figura de TALES de MILETO, que foi o primeiro a buscar uma explicação para os fenômenos da natureza usando a Razão e não os Mitos, como era de costume. Assim como a Religião, ela também já teve sua morte decretada. No entanto a Filosofia Ocidental perdura há mais de 2.500 anos, tendo sido a Mãe de quase todas as Ciências. Psicologia, Antropologia, História, Física, Astronomia e praticamente qualquer outra derivam direta ou indiretamente da Filosofia. Entretando as "filhas" ciências se ocupam de objetos de estudo específicos, e a "Mãe" se ocupa do "Todo", da totalidade do real. Uma definição mais pormenorizada, mas ainda assim incontroversa e abrangente, é que a FILOSOFIA consiste em pensar racional e criticamente, de modo mais ou menos sistemático, sobre a natureza do mundo em geral (metafísica ou teoria da existência), da justificação de crenças (epistemologia ou teoria do conhecimento), e da conduta de vida a adotar (ética ou teoria dos valores). Cada um dos três elementos listados possui uma contraparte não filosófica, da qual se distingue pelo seu modo de proceder explicitamente racional e crítico e pela sua natureza sistemática. 1.2 DIVISÃO ACADÊMICA DA FILOSOFIA Academicamente podemos dividir a filosofia em: 1.2.1 –FILOSOFIA ANTIGA (do século VI a.C. até o século II d.C.)- Foi a era dos pré-socráticos, os filósofos da natureza, os Atomistas, os sofistas, de Pitágoras, Sócrates, Platão, Aristóteles, Plotino e etc. Esses filósofos simplesmente construíram toda a estrutura de nosso conhecimento. Tudo o que temos hoje deve-se ao progresso promovido pelos gregos antigos, ainda que a maior parte dele tenha permanecido adormecido por mil anos. O Universo foi a principal preocupação nesta época. Sócrates notabilizou-se pela reflexão lógica indutiva e dedutiva, tendo em Platão seu mais famoso discípulo. Platão foi o fundador da Escola filosófica denominada Academia em 387 a.C., nos jardins consagrados ao herói ateniense Academos. Fechada no ano 529 por ordem do imperador romano Justiniano. Aristóteles, discípulo de Platão, dividia o estudo filosófico em : LÓGICA – parte da Filosofia que estuda os raciocínios; FÍSICA – parte da Filosofia que estuda os seres e as coisas, mediante observação e compreensão dos fenômenos e leis que os regem; ÉTICA – parte da Filosofia que estuda tudo que é bom e justo, na tentativa de expressar os valores da Verdade. Foi dele o maior avanço da Filosofia Ociedntal. 1.2.2 FILOSOFIA MEDIEVAL (do século II d.C. até século XV d.C.) - A era da Filosofia Cristã, da Teologia Revelada, da tradição escolástica. A preocupação principal dos filósofos era Deus. Alguns deles foram canonizados, como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Surge a Navalha de Guilherme de Occam, que mais tarde viria a ser a ferramenta básica da Ciência. 1.2.3 FILOSOFIA MODERNA (do século XV a.C. até o século XIX d.C.) - Surge junto com o Renascimento e o despertar científico, que recupera a sabedoria da Grécia Antiga. O Racionalismo Cartesiano, o Empirismo, o retorno do Ceticismo e muitos outros movimentos deram impulso a Ciência. Descartes imortalizou o "Penso Logo Existo" como um ponto de partida para a construção de um conhecimento seguro. Mais tarde Karl Marx lança as bases do Socialismo, e Adam Smith estrutura o Capitalismo. O enfoque de aí em diante se centrou no Ser Humano e suas possibilidades. 1.2.4 FILOSOFIA CONTEPORÂNEA (do século XIX d.C. até a atualidade)- Os novos desafios no mundo atual surgem sob a forma da Emancipação Feminina, o rompimento definitivo dos Governos com as Igrejas Cristãs, o Existencialismo, a ênfase na Linguística, e mais recentemente o Estruturalismo e o Desconstrutivismo. Alguns nomes já se imortalizaram, como Sartre, Simone de Beauvoir ou Michael Foucalt. Filosofia Contemporânea é baseada no estudo da Filosofia Antiga, mas repensada na tentativa de interpretar os conceitos clássicos da vida de forma mais real. Divide-se em: ONTOLOGIA – parte da Filosofia que estuda o ser e as coisas, refletindo sobre a natureza do ser e das coisas, e todos os objetos em geral, formando a chamada Teoria do Conhecimento; GNOSIOLOGIA – parte da Filosofia que reflete sobre a natureza e as condições do conhecimento em si. Também conhecida como Epistemologia a Gnosiologia é a parte da filosofia cujo objeto é o estudo reflexivo e crítico da origem, natureza, limites e validade do conhecimento humano. A reflexão epistemológica incide, pois, sobre duas áreas principais: a natureza ou essência do conhecimento e a questão de suas possibilidades ou seu valor. AXIOLOGIA – parte da Filosofia que reflete sobre os valores da coisas e dos seres, dividindo-se em: ÉTICA e ESTÉTICA. O que é ÉTICA? É a parte da Filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, disciplinam e orientam a conduta humana, dentro de valores. O que é ESTÉTICA? É a parte da Filosofia que estuda o julgamento e a percepção da natureza do belo e das artes. 1.3 – ASPECTOS DA AXIOLOGIA A Axiologia estuda todos os aspectos que envolvem valores das coisas e das pessoas nas suas relações entre elas e com as coisas, baseada nos hábitos e atitudes, criando os conceitos de ÉTICA, MORAL E COSTUMES. ÉTICA = costume (cf. sua origem grega ethos) MORAL = costume (CF. sua origem latina mores) Qual a diferença entre ÉTICA e MORAL? A ÉTICA estuda, reflete sobre os fundamentos das normas morais e sobre sua justificação, Enquanto que A MORAL é conduta costumeira de um indivíduo ou da sociedade. Um conjunto de atitudes relacionadas aos costumes. O conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. A moral julga as coisas atribuindo-lhes valores. 1.4 – Qual o OBJETIVO DA ÉTICA? A ética é a forma lógica de se analisar os valores das coisas a fim de que se proceda a escolhas certas dentro de um critério moral, impondo deveres, chamados deveres morais. O que é DEVER MORAL ? É uma obrigação de agir que está acima de qualquer outra coisa, pautada nas escolhas que a ética coloca a nossa disposição. ÉTICA ----- DEVER MORAL -----CONDUTA (RELIGIOSA, SOCIAL, OU INDIVIDUAL) 1.4 HIPOCRISIA Quando um indivíduo dotado de senso moral conduz-se contrariamente aos costumes ditados pelo senso moral, realizando atos imorais. 1.5 AMORALIDADE Quando um indivíduo não é dotado de senso moral, ou seja, ele não consegue distinguir entre o que certo e o que é errado, incapacitando-o de realizar julgamento ético. Ex. crianças, doentes mentais) A MORAL supõe uma crença: a de que determinados atos têm mais valor que outros e a ÉTICA é a forma lógica de procedermos essas escolhas. 1.6 O que são REGRAS DE CONDUTA ? As regras de conduta são todas as imposições ditadas pela sociedade que imprimem um dever, seja ele com Deus, seja com a Sociedade, seja mesmo apenas consigo mesmo (o próprio indivíduo). 1.7 ÉTICA EMPRESARIAL Uma empresa ou entidade tem que ser, obrigatoriamente, percebida com um elemento ativo do contexto social (cultural, político, econômico etc) e esse fato remete, obrigatoriamente, a compromissos e responsabilidades que elas (empresa ou entidade) devam ter com a sociedade como um todo. O conceito de ética empresarial ou organizacional (ou ainda de ética nos negócios) tem a ver com este processo de inserção. A empresa ou entidade devem estar presentes de forma transparente e buscando sempre contribuir para o desenvolvimento comunitário, praticando a cidadania e a responsabilidade social. Se atentam contra a cidadania, ferem a ética empresarial. A ética social se pratica internamente, recrutando e formando profissionais e executivos que compartilham desta filosofia, privilegiando a diversidade e o pluralismo, relacionando-se de maneira democrática com os diversos públicos, adotando o consumo responsável, respeitando as diferenças, cultivando a liberdade de expressão e a lisura nas relações comerciais. Ainda que se possa, filosófica, doutrinaria e ideologicamente, conceber conceitos distintos para a ética social, há algo que não se pode ser contrariado jamais: a ética social é um atributo indispensável para as organizações que querem manter-se vivas no mercado e a sociedade está cada vez mais alerta para os desvios de conduta das organizações. 1.8 ÉTICA DO LUCRO É condição à perpetuidade da empresa a ética do lucro, para que não viva as contradições que atormentam seu espírito e a levam a toda sorte de equívocos operacionais. O lucro - fator de sobrevivência na dinâmica do modelo capitalista – é, em geral, um valor mal resolvido, pois não claramente equacionado sob o ponto de vista ético. A Ética do Lucro importa em que se contemplem quatro condições essenciais: Empresa – REINVESTIMENTOS que assegurem a sobrevivência e o seu desenvolvimento na atividade econômica [Renovação Contínua]. Capital – JUSTA REMUNERAÇÃO AOS INVESTIDORES, que bancaram o risco [Lucro aos acionistas]. Trabalho – REMUNERAÇÃO, COM JUSTIÇA, AOS AGENTES PRODUTIVOS [Salário Justo para empregados]. Comunidade - RETRIBUIÇÃO À SOCIEDADE PELO SUCESSO DO EMPREENDIMENTO [Solidariedade Social]. A visão sobre a Ética do Lucro significa limpar a consciência empresarial da confusão de conceitos e práticas distorcidas, responsáveis pelo fracasso em seus posicionamentos. O conceito público tende a se deteriorar quando não há convicção firme sobre a missão da empresa. E o lucro é a parte sensível do iceberg organizacional. A função da empresa, seu objetivo essencial, não é o lucro, mas prestar serviços. Existe empresa, pois existe demanda: clientes que têm necessidades a serem satisfeitas. Para isso surge a empresa e a qualidade em servir é a sua responsabilidade básica. O lucro é objetivo dos negócios, que a empresa desenvolve para realizar sua missão de servir ao cliente. O lucro é exatamente isso: remuneração pelos serviços prestados. É importante que essa distinção seja clara, pois suas distorções são evidentes no mercado. Muitos são os empresários que praticam o discurso radical: "o objetivo de nossa empresa é lucrar". Com isso induzem ao "vale tudo pelo lucro" Este conceito introduz-se no espírito do empregado e torna-se princípio de cultura, e a ética vai para o arquivo morto, desenterrada em momentos de festa, em arroubos oratórios. Mas os tempos estão mudando. Ética dá lucro? Afirmo que sim, pois o bom conceito traduz-se em confiabilidade, e esta é fundamental para efetivar negócios. Vou querer trabalhar com pessoas e produtos não confiáveis? Vou me arriscar a estabelecer vínculos com empreendimentos duvidosos? - Certamente não, se tenho bom senso. O lucro, em geral, ganha força e significado puramente financeiro. Essa é uma visão estreita que não contempla a riqueza social e psicológica do resultado positivo, como indicador de saúde institucional. A obsessão pelo lucro acaba por gerar o não-lucro, pois desgasta parceiros e inibe clientes, donde dificilmente a Ética sai imune. O lucro é motivação para o empregado? O lucro, imprescindível para a continuidade da empresa, não é necessariamente um motivador forte para o empregado, mesmo quando ele participa formalmente dos resultados. Fica sempre, no inconsciente das pessoas, a suspeita de que os verdadeiros beneficiários são “eles" e não “nós” Quando a perspectiva de retribuição é dinheiro, sua aceitação é sempre restritiva. Jamais alguém vai achar que está sendo remunerado à altura, fica sempre o sentimento de que se é explorado. REFERÊNCIAS: Tudo sobre Filosofia: http://www.filosofia.com.br/ Instituto Ethos. Organização Não Governamental voltada para a ética nas empresas e demais organizações: http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/Default.aspx

Nenhum comentário:

Postar um comentário